Um bom produto ou serviço, bom atendimento ao cliente, preços competitivos e diferenciais perante os concorrentes podem ser um bom conjunto de qualidades, mas eles sozinhos não sustentam o seu negócio como um todo.

O controle financeiro e tributário é fundamental para que as operações internas sejam sustentáveis. Por exemplo, não adianta ter um resultado ótimo e, por descontrole, gastar mais do que ganhou. Por isso, observar as principais métricas é fundamental para manter sua empresa crescendo constantemente.

Uma das principais que vale a pena acompanhar é o resultado líquido operacional. Tire suas dúvidas em nosso artigo e saiba como analisar corretamente essa métrica.

O que é resultado líquido operacional?

O resultado operacional diz respeito ao montante obtido pela organização, após deduzir os valores dos impostos sobre a venda e, caso ocorra, as devoluções efetuadas pelos clientes. Em outras palavras, é a rentabilidade gerada única e exclusivamente pelas operações do core business do negócio.

É importante ressaltar que é considerado apenas o que for ‘venda’, ou seja, não é relevante, por exemplo, a venda de ativos. Se você tiver vendido um veículo da organização, esse valor não entrará nesse relatório.

Infelizmente esse é um indicador de desempenho de vendas que ainda é bastante ignorado pelos analistas financeiros das empresas por ser um intermediário entre o faturamento e o resultado líquido. Porém, não se pode negar sua importância nas análises financeiras e na verificação de desempenho do negócio.

Além disso, quando correlacionado com outras métricas e indicadores, pode ser responsável por uma análise mais complexa da situação financeira da sua empresa e apontar soluções imprescindíveis de serem tomadas no atual momento do negócio.

Muitas pessoas, inclusive alguns especialistas, confundem o termo com resultado líquido geral, porém, isso não é a mesma coisa. Esse último é o lucro da empresa depois de deduzir todos os custos necessários para que o negócio funcione.

Em outras palavras, esse é o lucro líquido da empresa, considerando questões que vão além da retirada dos impostos incidentes sobre os produtos.

Já o resultado líquido operacional expressa o resultado das vendas, excluindo algumas variáveis, como despesas relacionadas a elas, retirando do cálculo apenas impostos e devoluções.

No mercado financeiro, esse indicador também pode ser conhecido como EBIT (Earning Before Interest and Taxes, ou, em português, “lucro antes dos juros e impostos”).

Como ele é calculado?

Antes de qualquer coisa, é necessário estabelecer um período para a realização do cálculo (mensal, trimestral, semestral, anual). É importante ressaltar que essa métrica precisa ser verificada regularmente (pelo menos a cada seis meses) para que se possa acompanhar os resultados das vendas do negócio.

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Depois da escolha da periodicidade, é preciso elencar:

• valor bruto das vendas;
• impostos que incidem diretamente sobre as vendas estabelecidas no período determinado;
• possíveis devoluções realizadas nas vendas que tenham sido feitas.

A partir disso, o cálculo é relativamente simples: basta subtrair os dois últimos valores pelo primeiro e você terá o resultado líquido operacional. Caso queira analisar produto a produto, basta discriminar na análise o valor pertencente a cada um deles e o percentual que corresponde no valor total do rendimento.

Qual a importância da mensuração desse resultado?

Sua simplicidade e falta de abrangência fazem com que muitas pessoas, entre gestores e especialistas financeiros, subestimem o cálculo do resultado líquido operacional. Porém, ele tem bastante relevância para as análises financeiras internas. Isso porque ele mostra, de forma nítida, a lucratividade que a empresa tem quando se estabelece a relação entre compras de fornecedores e vendas.

Se o resultado estiver aquém do que se espera, pode ser um grande indicativo de que as vendas não estão gerando as receitas esperadas. Isso pode significar algumas coisas bastante interessantes:

• as compras podem estar muito onerosas, sendo necessário restabelecer parcerias, renegociar preços ou, até mesmo, procurar novos parceiros;
• a precificação do seu negócio pode estar errada, vendendo o produto com um valor muito abaixo do que deveria;
• há algum problema que esteja motivando um alto índice de devoluções e que precise ser revisto (qualidade do produto não supera as expectativas dos clientes, entregas que atrasam constantemente etc.);
• todos os fatores que citamos acima.

Por isso esse cálculo é importante: ele consegue mostrar que é necessário tomar uma atitude para que os demais resultados também não sejam comprometidos e mostra exatamente quais são os pontos que merecem atenção por parte dos analistas para que as mudanças necessárias sejam estabelecidas o quanto antes.

Se o mix de produtos é bastante diversificado, o cálculo mais específico pode demonstrar qual é o item que está puxando os dados para baixo e verificar se vale a pena modificá-lo ou, até mesmo, deixar de revendê-lo para não causar prejuízos futuros.

Além disso, o cálculo permite avaliar a rentabilidade operacional real, de forma a verificar como seu negócio tem capacidade de gerar lucro. Ao observar apenas o lucro bruto, por exemplo, pode-se ter uma percepção errônea dessa questão, achando que suas operações são bem mais lucrativas do que realmente são.

Também pode ser um indicador essencial para que os investidores decidam se vale a pena aplicar o capital deles em seu negócio, demonstrando solidez de mercado e capacidade em conseguir potencializar seus lucros a longo prazo.

Lembre-se, também, que esse indicador sozinho pode dizer muito pouco ainda, apesar das múltiplas possibilidades que listamos acima. É importante saber correlacioná-lo com outras variáveis, métricas e considerar diversas situações. Assim conseguirá absorver o máximo possível do que os indicadores apontam para você e promover uma melhora contínua no seu negócio.

Agora você consegue entender como funciona o resultado líquido operacional e sua importância para o crescimento sustentável da sua empresa. Esse conhecimento faz grande diferença para uma gestão eficiente do negócio. Por isso, conhecê-lo é essencial para avaliar corretamente a situação e buscar melhores resultados.

Além disso, o resultado líquido operacional está diretamente relacionado com o planejamento tributário da organização. Lembre-se de que esse é um ponto fundamental não só para a saúde financeira da empresa, mas também para manter-se em dia com as obrigações fiscais.

Gostou deste conteúdo? Então leia agora mesmo o nosso artigo sobre como realizar um planejamento tributário eficiente e tire suas dúvidas a respeito do tema.

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